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Guia da Reforma: Saiba como lidar com as obras e anote dicas

Por mais que tenha sido planejada, uma reforma pode apresentar boas e más surpresas ao ser colocada em prática. É preciso respirar fundo, manter a mente tranquila e exercitar a paciência. Atrasos e erros acontecem mesmo se um profissional, ou uma construtora, bem recomendado for contratado para a realização da obra. O importante é contar sempre com um projeto executivo detalhado e o acompanhamento do arquiteto, autor do projeto, que, às vezes, prefere indicar um gerenciador para executá-lo. O dono do imóvel pode até administrar sua reforma e chamar um empreiteiro somente para controlar o trabalho da mão de obra e dos prestadores de serviços, mas isso aumenta os riscos de dores de cabeça.

O arquiteto Gustavo Calazans recomenda a contratação de gerenciador, que costuma cobrar 15% do valor da reforma para entregá-la pronta. “Como não administro mais a obra, indico outro profissional para tocá-la”, diz. A função do gerenciador é cuidar do cronograma para que a obra aconteça dentro do prazo e de acordo com as especificações que estão no projeto executivo. Além disso, informa o arquiteto
sobre os imprevistos. “O gerenciador é um maestro que orquestra todos os envolvidos na reforma: desde os operários até os fornecedores dos materiais e dos serviços”, afirma Gustavo. Já a arquiteta Ana Lucia Siciliano faz o projeto e fica responsável pela execução da reforma com sua equipe de confiança. “Cobro à parte pelo acompanhamento da obra”, explica ela.

Para o engenheiro Luiz Henrique Ferreira, da Inovatech, sempre é necessário contratar um especialista ou uma construtora. “Não dá para brincar com reforma”, diz. “Se for necessário, negocie a taxa de administração.” Gustavo tem o mesmo pensamento. “Já deixei um cliente tocar a reforma a partir de um projeto feito por mim, mas, no meio da obra, ele me chamou para refazer tudo. Precisei demolir e começar do zero”, conta. Hoje ele prefere sugerir um corte no orçamento, mas não abre mão do gerenciador.

Visitas programadas
Assim que o projeto executivo é aprovado pelo proprietário do imóvel, o arquiteto entrega as plantas e as planilhas para o gerenciador, que vai administrar tudo: a compra dos materiais, o trabalho da mão de obra e os serviços terceirizados. “Se o gerenciador e o arquiteto são bons, o cliente só aparece na obra para avaliar o que está sendo feito”, afirma Gustavo, que acompanha a reforma dependendo do tipo de contrato feito com o cliente. O acompanhamento é realizado em visitas programadas e cobradas mensalmente: o custo de cada uma varia entre R$ 400 e R$ 500. Na visita, o arquiteto aproveita para fazer uma reunião com o morador sobre o andamento da obra. Se o cliente estiver insatisfeito com o piso escolhido, pode mudar de ideia. Mas, se já foi colocado, gera custo maior, que, em alguns casos, poderá ser contornado no orçamento.

Independentemente das visitas, o arquiteto, que é o autor do projeto, deve estar envolvido em todas as decisões da obra e ser consultado a respeito de qualquer coisa que fuja do roteiro. Principalmente se ele indica o gerenciador, é comunicado sobre todo o andamento da obra. Quando não faz as visitas, pode receber fotos dos problemas por e-mail para encontrar uma solução. O contato é maior dependendo do grau de complexidade da reforma. Se acompanha a obra de longe, o arquiteto tem de praticar o desapego, porque o gerenciador sozinho pode dar solução a algo que não está previsto no projeto.

Reaproveitamento de material
É comum o dono da casa ou do apartamento pedir ao arquiteto durante a elaboração do projeto de reforma para fazer poucas alterações e reaproveitar materiais. Mas a conservação dos pisosazulejosladrilhosbancadasjanelas e portasdepende da avaliação da situação das peças e de quanto irá reduzir o custo da obra. Muitas vezes, não diminui muito o valor porque o preço da restauração é acrescentado ao orçamento. Para alguns clientes, a preservação das peças está relacionada à ligação afetiva ou à preocupação com o meio ambiente. “Para a obra ser sustentável, não se pode trocar tudo”, diz a arquiteta Ana Lucia.

A mesma opinião tem Gustavo Calazans, que advoga pelo máximo de transformação com o mínimo de intervenção no imóvel. “No projeto, crio soluções sem precisar quebrar muito. Tiro partido do que existe dependendo da cara que terá os ambientes”, diz. Mas a manutenção dos materiais está cada vez mais difícil, segundo ele. Na marcenaria, os clientes preferem encomendar armário novo que fica mais em conta do que o restauro do antigo.

O arquiteto pode indicar no projeto a preservação do piso, mas, durante a obra, isso se mostra inviável. Por isso, antes de decidir pelo aproveitamento do assoalho, precisa verificar o estado da madeira. Se já passou por várias raspagens, pode não aguentar muito tempo. Terá que ser trocado depois, gerando novos gastos e transtornos. E, na demolição de alvenaria para a ampliação de espaços, a atenção deve ser para as áreas do piso onde ficavam as paredes retiradas. Nem sempre é possível cobri-las com o mesmo revestimento. É raro encontrar material igual, e mais difícil ainda na mesma tonalidade. Melhor usar algo novo e assumir a diferença que marcou a transformação do imóvel.

Trocas sustentáveis
A reforma é um bom momento para investir em soluções e produtos que minimizam a demanda de água e energia elétrica na casa ou no apartamento. “Em casas, eu sempre proponho o aumento do tamanho das janelas para que haja mais insolação e circulação de ar, o que evita o uso de luzes durante o dia e do aparelho de climatizaçãoo tempo todo”, explica a arquiteta Ana Lucia Siciliano, que faz parte do grupo de trabalho de sustentabilidade da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura, Asbea. Ela defende que sejam adotadas medidas para reduzir a quantidade de entulho na obra, que é prejudicial ao meio ambiente. Por isso, procura evitar o quebra-quebra na troca dos revestimentos, por exemplo. “É possível melhorar o visual colocando um piso novo sobre o antigo”, acrescenta. Na substituição dos revestimentos, Ana recomenda a escolha de produtos que sejam fabricados de forma consciente, sem a emissão de gases tóxicos. “A madeira deve ser certificada e a cerâmica somente de indústrias que reutilizam seus resíduos”, afirma.

Para Gustavo Calazans, uma reforma com foco na sustentabilidade inclui materiais duráveis e de baixa manutenção. “O projeto precisa determinar que os serviços sejam bem executados para durar e ir se adaptando às transformações da vida dos moradores”, explica o arquiteto. “É importante zelar pela economia e pela qualidade dos materiais para beneficiar financeiramente o cliente.”

Uma reforma é também a oportunidade para revisar as instalações hidráulicas do imóvel. Além dos canos e dos registros estragados, devem ser trocados as louças sanitárias e os metais antigos por produtos mais adequados à realidade que vivemos hoje, como torneirasduchas e válvulas de descarga dos vasos com arejadores e outros dispositivos que proporcionama economia de água. Ana Lucia sugere a atualização das instalações elétricas. “Os sistemas de automação, os sensores de presença e o acendimento independente das lâmpadas podem parecer muito caros durante a obra, mas, em seis meses, dão retorno rápido com a economia de 30% na conta de luz”, diz. Ela propõe a substituição das luminárias que usam lâmpadas incandescentes pelas de led. “Agora com uma coloração mais agradável, reduzem o consumo de eletricidade em até 40%.”

QUEM É QUEM NA OBRA

Arquiteto | É o autor do projeto da reforma e pode administrá-la.

Engenheiro | Avalia, faz os cálculos da estrutura e cuida da execução.

Gerenciador | Administra tudo: da compra de materiais à contratação da mão de obra e dos serviços.

Empreiteiro | Cuida da realização da reforma de acordo com as especificações do projeto e o cronograma.

Mestre de obras | É o encarregado de receber materiais, contratar a mão de obra e acompanhar os serviços.

Pedreiro | Realiza a demolição das áreas alteradas e a construção de paredes, muros, lajes, contrapisos.

Encanador | Faz a troca de canos e tubos de água e esgoto, torneiras e outros equipamentos hidráulicos.

Eletricista | Executa a substituição de cabos e as instalações elétricas: tomadas, pontos de luz, luminárias.

Azulejista | Assenta e rejunta os pisos e os revestimentos nas paredes.

Gesseiro | Faz forro, sancas e outros acabamentos com gesso.

Marmorista | Trabalha com a colocação das pedras nos pisos, nas paredes e nas bancadas das pias.

Carpinteiro | Cria as peças de madeira que compõem a estrutura: batentes, portas, janelas, teto, escada.

Marceneiro | Produz os armários da cozinha, do banheiro, do closet, da estante e de outros móveis.

Pintor | Lixa as paredes e as portas, aplica massa corrida em tudo e demãos de tintas ou vernizes.

Fonte: Revista Casa e Jardim

TEXTO MARILENA DÊGELO | ILUSTRAÇÃO LUIZ LULA

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